terça-feira, 1 de setembro de 2009

V

Ela olhou pela janela, e sentiu a gelada brisa do outono beijando suas têmporas.


Suspirou, e com esse suspiro tomou uma das decisões mais importantes de sua vida.

Acendeu seu cigarro, e chorou.
Chorou como nunca tinha chorado antes, sentiu como nunca tinha sentido antes a dor da perda.

Não da perda de alguem que morreu ou de algum amigo seu.
E sim a perda de sua conciência, de sua força.

Chorou como se não houvesse outra saída, como se não houvesse o amanhã.
Como se todos ao seu redor estivesse cercando-a.

Sem ar.
Sem espaço.
Sem tempo.

Sozinha, ao meio de tantas pessoas.
Sozinha não, está com seu copo, seu cigarro e com sua própria conciência.
- que pesa mais do que a sua dor.

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